Quando engravidei e percebi que iria me tornar uma mãe solteira, comecei a procurar informações sobre o que era verdadeiramente uma mãe solteira. Eu imaginava dois tipos de mães solteiras: o primeiro tipo eram mulheres jovens, desmioladas, que transavam irresponsavelmente sem camisinha com um namoradinho qualquer, eram mal-vistas pela sociedade e até mesmo por mim, saíam de casa escurraçadas pelos pais e seus filhos se tornavam uns rebeldes sem causa. O segundo tipo englobava mulheres independentes, com vida construída, que simplesmente queriam um”touro reprodutor”para gerar um filho pois não tinham a menor vontade de construir uma vida junto com “seres inferiores”.
Então, um belo dia, me vi grávida!!! Meu sonho tinha se tornado realidade pelo menos em parte. Sempre sonhei em ser mãe, mas também sempre sonhei em ser mãe com o meu príncipe encantado do lado!..rs...Sempre imaginei que quando eu decidisse ter um filho seria lindo, eu, casada, com 29 anos, meu maridão do lado, minha casa própria, meu carro, formada, minha profissão em pleno crescimento... que maravilha, pensei! Então, o tempo agiu, eu com 25 anos e grávida, pensei pelo menos é filho de alguém que eu confiava e que já me relacionava a algum tempo, e não me deixaria sozinha em momento algum, pensei. Engano meu meus amigos, quem eu achava que seria um princípe pelo menos com minha filha e que iria ficar do meu lado, sumiu. Depois de uma semana que eu avisei, ligou para dizer que estava muito feliz, essa euforia durou só um mês. De repente... cada ele??
Apenas ligava pra perguntar se tava tudo bem e sempre queria saber "QUANDO" seriam as consultas e não "QUANTO". Isso foi me dando raiva.
(Minha filha já existe a 6 meses, espero que quando ela nasça, ele mantenha a msm frequência de visitas que ele me fez enquanto ela estava na barriga. Eu sofri, mas minha Eloá NÃO, acostumar com a presença e depois sumir, comigo tudo bem, mas com ela não. Depois que me tornei mãe, um bicho muito bravo despertou dentro de mim. Então MUITO CUIDADO.)
Logo eu, bonita (desculpem a modéstia mas não sou nem um pouco de se jogar fora), profissionalmente estável, bem financeiramente, grávida e sozinha... O que é que tinha acontecido comigo, pensei. No começo foi bem difícil, eu chorava de medo, um ser vai depender de mim pra tudo, eu que sempre cantei: "Não me acompanha que eu não sou novela" rsrs, não sabia como seria minha vida, não sabia como eu educaria minha filha sem a figura masculina, não sabia nem como me comportar!!! O que diriam de mim? Uma grávida solteira? O que é que eu responderia quando me perguntassem do pai? Que ele liga de vez em quando!?! ¬¬
No começo tinha vergonha de sair de casa, de ir aos bailes, sabia que lá eu encontraria um monte de olhinhos curiosos esperando que eu aparecesse com o pai da minha bb do lado, se eu pudesse eu não iria nem para as aulas da minha escola. Eu nunca liguei para o que as pessoas falavam, e ali estava eu preocupada com que os outros estavam pensando e falando, toda sentimental e chorona.
(lágrimas), num estado que eu nunca tinha me visto antes.
Até que eu resolvi deixar de me esconder e encarar a vida, aceitei a minha condição!!! Procurei informações de tudo quanto é tipo, com amigos, conhecidos, MSN, bate papo, yahoo... tudo!!!
Mãe solteira!!! A minha ficha caiu quando minha filha começou a se mexer dentro de mim!!! Percebi que nunca mais eu estaria sozinha!!!! Teria sempre alguém para amar e alguém que me amasse também!!!!
Todos os meus complexos tinham ido por água abaixo. Vi mulheres guerreiras, que apesar das histórias de cada uma delas, todas estavam aí, firmes e fortes!!! Vi mulheres que defendiam os direitos de suas crias com unhas e dentes. Vi mulheres corajosas, que continuavam a aproveitar as suas vidas da melhor maneira possível!!!
Sim, eu seria mais uma dessas mulheres, sim eu seria e hoje eu sou uma dessas mulheres que não estão nem aí com o preconceito da sociedade, que exibem com orgulho seus filhotes e que não deixam nenhuma pessoa intrometer em suas vidas.
Sim, hoje eu sou uma mulher bem melhor do que eu era antes pois eu descobri o que é sentir plenamente um amor, um amor incondicional e eterno!!! Sim, hoje sou uma mãe solteira orgulhosa, orgulhosa de tudo o que passei que me transformou na pessoa que sou hoje!!!!
"Adaptado de um blog Confissões de uma grávidez"
